quarta-feira, 14 de novembro de 2007

O Oculto Reino do Arrebol onde se deleita Prícipe Andrógino

"Batismo da Sabedoria"

No início tudo era nada
E na escuridão o Caos reinava
E se fez dama virgem Iluminada
Por quem eu me apaixonara

Espíritos Negros de medo Recuaram
E fui então o Grande Espírito Criador
Unido a Dama em corrente de amor
E nossos laços o universos criaram

Fora o Primeiro dia da Longa Jornada
O Grande Aeón do surgimento
Onde em Universo criança a paz reinara
E a Terra nascera no seguinte momento

No Segundo seguinte então fui o Grande Progenitor
Unido a Ela criamos todos os seres existentes
De cornudo fui chamado,o Pai da Justiça e do Amor
E em todo mundo fui o mesmo,em povos diferentes

Criei então a Música, e os seres do Sobrenatural
Cujo os humanos forçaram até expulsá-los por fim
E Hoje vivem em paralelo universo, unidos a mim
E o homem busca no imaginário o que um dia foi real!

E no Terceiro Milênio fui negado, escurraçado
Por meus filhos de Senhor das Trevas chamado
Por chifres a minha imagem terem antes dado
Agora me nomeavam por fim como: O Diabo

E Ocultei-me dos Povos que me amavam
E por motivo do livre arbítrio não interferí
Os dei e agora contra mim, fogo utilizavam
Nunca os deixei de amar, por isso não os destruí

Na Quarta Era, não me conheceram
Da terra por tempos resolvi desaparecer
O Diabo ainda estava lá, pois eles o criaram
E a mim que os amo, fui obrigado a me esconder

Não criei o Mal, criei o Humano e o Livre Arbítrio
E em Perfeição com minha dama, fomos pelo povo banidos
Nós os amamos e por isso, aos que nos clamam voltamos!
E no novo tempo, a Antiga Tradição e Ritos vem renascido!

Nesse Novo Tempo, poucos sabem meu Nome
Fui a Cabeça e o Batismo do Conhecimento
Cultuado por cavaleiros e Senhores de outro Tempo
Me apresentarei aos poucos, que não julgam folclore

Sou o Mais Antigo de Todos, que se escondeu em véus
Sou o que pela Dama da Grande Luz se Apaixonou
Que com ela casou em Ritual Pagão, e tudo Gerou!
E continuarei sendo o Antigo,até as estrelas caírem dos Céus!

O Bode de Mendes! o Androgino, O Ser
Sou mais que uma Imagem de Poder
Sou Justiça,o Equilíbrio, o que tem o poder de criar
Sou aquele que irá pelas eras para sempre Perdurar!

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Antologia Poética de uma Noite Mal Dormida

Era das Luzes e do Fogo

Da repressão restaram as cinzas
Que ainda estão quentes apesar de as brasas
Há tempos terem sido falsamente extintas
Mas que ardem dentro de nossas lágrimas

E após trevas reinarem na luz do fogo intenso
Resplandece Estrela da Manhã nos intelectuais sem amor
Que na ciencia da discrição estendem a Arte do Conhecimento
Em Formulas de Profana Sabedoria, e retornam ao fogo da Dor

"Negue teu conhecimento, pois o mundo plano é
Redundante tal afirmação profana de que tal ciência é divina
Confesse seu envolvimento com a Luz Falsa do Portador Caído

A Sabedoria só provém da Essência, a Fé
Tuas afirmações, no livro Proibido de Sabedoria Dividida
Tua luz provém das Trevas , e tua sentença é a compaixão do fogo divino!"

(Raul Nuit Lino)

Floresta de Mármore Fúnebre

Frases de Sangue ecoam nos muros antigos
Da cidade iluminada por refletores, cabarés e bares
Poetas bêbados equilibram-se no balé dos famintos
E dançam ao som dos copos de veneno, e ecos pelos ares

Cidade Sem Alma, Prostituta que rende lucro
Rainha do País, campeã na criminalidade, brinde teu reinado
Hoje colhemos então o resultado por ter mordido o Fruto
E a serpente, hoje vive no Palácio, no grande País Amaldiçoado

Mundo, vazio, habitado por seres mais frios que tua rocha
Por que se deixou dominar por tal animal que a vida num cabaré aposta?
O buraco Negro que te sugará não esta em uma galáxia distante!

Humanos, porque animais irracionais foram se tornar?
Tua supremacia racional é posta a prova em uma simples mesa de bar
E o veneno líquido na garganta escorre trazendo o Armagedon no seguinte instante....

(Raul Nuit Lino)

Além do Insano Carrocel

O Vento Frio assovia por entre as memórias
A Tempestade se aproxima e já não assusta
Os pingos caem e escorrem, mas a alma não molha
E as lágrimas em maquiagem esculpidas borram na chuva...

O Carnaval acabou, já é a manhã das cinzas no sambodramo molhado
Mas uma figura aparece em meio aos carros alegóricos estacionados
Um palhaço, caído, sobre o ultimo carro, tocado pela chuva, deitado...
Será que o fim do festival não reparou? Ou por escolha estaria jogado?

O olho avisa o céu cinzento como sua ultima imagem terrena
A roupa colorida, igualmente a maquiagem: manchada, rasgada
Um ultimo suspiro, uma ultima indagação e o olho se fecha
E lá se encontra o corpo, mais uma alegoria do ultimo desfile, agora parada

Chuva leva as memórias de um carnaval que terminou não só com o céu cinzento...
Leva também a alma do pobre palhaço que agora se faz pra sempre em repouso supremo
E deixai que a ultima marchinha em seu ouvido tragam sua ultima recordação
E que em seu repouso, eterno carnavalesco, no além prossiga com sua canção!

"Quanto riso, ah, quanta alegria
Mais de mil palhaços no salão
O Arlequim está chorando pelo amor da Colombina
No meio da multidão..."

(Raul Nuit Lino)