Muito vinho no sangue, muita embriaguês que me toma
Muita sede e solidão, muita doença e muita vergonha
Sou o que resta das noites em cabarés e bares
Sou as cinzas da guerra, o vírus infeccioso, a doença nos ares
Escrevi belamente sobre amores e sexo por vários anos
E na vida real, amor tive um...cheio de desenganos
Vivi 33 primaveras tentando entender a verdade, a Razão e seu Deus
Vivi 33 anos buscando saber se até eu era digno de ser um filho Seu
Meu nome se perdeu, misturou-se a lama no chão
De minha memória só resta arquivos de devassidão
A nobreza foi substituída pela doença que me arrastou
Minha vida foi vivida como se eu a amasse, e veja o que restou
Entre meus poemas e peças, entre os fortes e os fracos
Fui apenas lembrado pela amplitude de meus fracaços
Fui escritor, ator, compositor, poeta, e maldito, devasso crente!
Fui o que fui, sem saber se era certo o que fazia com minha mente
Ramifiquei a vida, com aplitude em vários conhecimentos
Ora Cabaré, Ora Bebida, e por fim na rua cantando lamentos
Cheguei a ser fiel por pouco tempo a quem me amava
Hoje vejo o quão longe foi minha "nobre" e "pobre" jornada!
Este é o fim , meu nome se perde nos versos , meu ato sexual
Sempre lembrem de mim, o quanto bebi, o quanto forniquei e escrevi
Triste fim de um nobre, mas foi o que quis pra vida, e assim escolhi
Entre pernas e garrafas, linhas e estrofes, meus poemas, sou Imortal
Rio hoje do que fui, mas acredito talvez tenha sido merecido aquele triste final.
Raul Nuit Lino
(à memória de John Wilmot)
terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
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