terça-feira, 16 de setembro de 2008

Um Conto Oriental

"O Imperador perguntou ao mestre
'O que acontece com um homem iluminado após a morte?'
'Como eu poderia saber?' disse o mestre
'Porque é um mestre...não é?' replicou o imperador
calmamente o mestre respondeu
'Sim Majestade... mas ainda não sou um mestre morto!' "
Na noite pode se ouvir os gritos em desespero
Ouve esse palhaço bailando só pela rua
Ele sofre de amor tal como o Mar e a Lua
E chora pedindo que logo seja seu enterro

O Romance não acaba com as palavras
O Amor não pode se limitar em versos
Gritam os poetas bebados e dispersos
No templo da Ilusão, Infinita Estrada

Chora, Chora agora poeta vagabundo
Eis que acaba a ilusão a vida recomeça
Pintai o rosto e vá pregar sua peça

Agora faz rir novamente o povo
Mostra quão bom é viver de novo
E ao anoitecer, torna cair seu mundo

Raul Nuit Lino

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Escrevo enquanto vivo...mas vivo enquanto escrevo?
Afinal que sensação é a nossa de ecstasy que nos controla quando encontramos o tal orgasmo criativo chamado inspiração por alguns?
Seria nosso encontro com nosso subconsciente que feliz dá uma festa em nós e sua alegria é transmitida por meios físicos ou seria apenas um transe pra fugir da realidade?
Creio eu que a hora do chá sempre é um ótimo momento pra tais filosofias
Talvez loucos Chapeleiros e Lebres endoidecidas entendam o que eu digo tanto quanto ratos dorminhocos, mas se tornará confuso aos que interpretam fisicamente os romances de Júpiter e os exatos sem alma, onde artistas padecem, homens de ferro renascem...será?
Eu vejo a matematica como o alfabeto que criou o mundo, apesar de eu frequentemente tentar usá-lo o menos possível...pelo menos no meu "consciente humano desejado" rs rs
escrevo empilhando cartas de baralho brincando com a famosa trigonometria e desenho com falta de lógica encontrada nos meus pensamentos de minha mente sã em mundo louco.
Seria isso um portal paralelo a um mundo macabro e temido pela maioria? Pois é o que vejo nas pessoas: O Medo
Não entendo esse sentimento que me aflige também
não sou ignorante a ponto de dizer não sentir medo, mas sou orgulhoso em dizer que tenho medo das coisas que me dão motivos em vez de ter medo do medo de algo que pode acontecer! Haha!
Que os signos abençoem o misterio na cauda do escorpião, onde seu ferrão como pluma faz mil constelações lexicais no caderno de minhas memórias frágeis.
Mais chá? Sim talvez, quero um de maçã agora
"Porque quem gosta de maçã irá gostar de todas, porque todas são iguais" Será Dom Raulzito?
Espero que meus beijos embriaguem a xícara de meu desejo onde pousa o mais leve verso da poesia sonhada
Abraços com Amor e com Maldade
Pois o que seria da beleza da rosa, sem os desafios encontrados nos espinhos?!
Bonne Nuit

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Novas Centúrias

A Terra de Touro foi sofrida, até que surgiu o carneiro que dominou, seus chifres deram forma ao mundo, e isso exigiu a morte de muitos homens
A Formação do Homem se deve ao início em Áries, mas não teria a estabilidade sem as bases do Boi que anteveio.
Do Acordo estabelecido, foi a divisão da Energia que restou, provando sua existencia por seu oposto não existente.
Assim a Energia Existe, sem haver como provar sua existência de maneira racional, provando que existe por não existir.
Os templos dos obscuros se formaram, mas a luz esverdeada triplamente os venceu seu obscurantismo, e depois, por séculos, apenas aguardou.
Reinos extintos nas profundezas da água, não mais causarão inveja dos obscuros dos mares.
O Carneiro Caiu quando se ascendeu a esperança, que foi mal interpretada , a Religião Universal teve apenas o nome, quando na verdade o fogo que regenera a natureza foi usado para a ignorância.
Roma cairá pelo poder do Romano.
Mas o Azoth será derramado do Vaso, antes mesmo da Grande Morte para o recomeço.
O Medo não é uma fraqueza mas sim um instrumento de poder.
A Analogia concede o poder e a liberdade, mas há de se privar várias vezes de ambos pra poder encontrá-los
A Luz azul ja desce dos Céus há Anos, mas a poucos tem sido vista.
Cristais modelarão o presente, para que o futuro tenha forma.
O Sul ascenderá às alturas.


Raul Nuit Lino

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Memórias de Um Santo Devasso

Muito vinho no sangue, muita embriaguês que me toma
Muita sede e solidão, muita doença e muita vergonha
Sou o que resta das noites em cabarés e bares
Sou as cinzas da guerra, o vírus infeccioso, a doença nos ares

Escrevi belamente sobre amores e sexo por vários anos
E na vida real, amor tive um...cheio de desenganos
Vivi 33 primaveras tentando entender a verdade, a Razão e seu Deus
Vivi 33 anos buscando saber se até eu era digno de ser um filho Seu

Meu nome se perdeu, misturou-se a lama no chão
De minha memória só resta arquivos de devassidão
A nobreza foi substituída pela doença que me arrastou
Minha vida foi vivida como se eu a amasse, e veja o que restou

Entre meus poemas e peças, entre os fortes e os fracos
Fui apenas lembrado pela amplitude de meus fracaços
Fui escritor, ator, compositor, poeta, e maldito, devasso crente!
Fui o que fui, sem saber se era certo o que fazia com minha mente

Ramifiquei a vida, com aplitude em vários conhecimentos
Ora Cabaré, Ora Bebida, e por fim na rua cantando lamentos
Cheguei a ser fiel por pouco tempo a quem me amava
Hoje vejo o quão longe foi minha "nobre" e "pobre" jornada!

Este é o fim , meu nome se perde nos versos , meu ato sexual
Sempre lembrem de mim, o quanto bebi, o quanto forniquei e escrevi
Triste fim de um nobre, mas foi o que quis pra vida, e assim escolhi
Entre pernas e garrafas, linhas e estrofes, meus poemas, sou Imortal
Rio hoje do que fui, mas acredito talvez tenha sido merecido aquele triste final.

Raul Nuit Lino
(à memória de John Wilmot)

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Gênesis

Há milhares de Anos houve um acordo poderoso e mal contado...
O Verbo Criar, Líder de tudo, havia então se separado...
E Criou os Anjos e Reinos
Sentado em seu trono, ele via e era todos
Maldita Monotonia! Tudo era como devia Ser!
Criou a Lei para o Divino: Nada do que se fizesse, poderia ser desfeito
O Verbo Viu o que agora poderia fazer

E em uma Grande Explosão, Fez-se o Caos!
E Surgiu o primeiro Deus filho do Verbo: O Tempo
E o Verbo Criou a Poeira das Estrelas!
Surgiram Planetas, Sistemas, Constelações e Astros
Deuses e Deusas reinavam no novo espaço
O Verbo Criara tudo e era agora com Opções
E Decidiu fazer a maior de todas as ações

o Verbo se Dividiu Em Positivo e Negativo
A Luz se dividira em dois amigos
Senhor da Luz e o Portador da Luz assumiram
Mas dois de uma mesma coisa não causava impacto
Pensaram, e firmaram então um pacto
Senhor da Luz Reinaria o que Bem passaria a se chamar
E o Portador, seria das Trevas, o mal, para se oposicionar

O Verbo era os dois seres
Que também se dividiram em vários outros
Para o Bem e para o Mal haviam Deuses
Mas a brincadeira enjoativa se tornou
Passara tanto tempo em divisão
E agora havia no Elíseos uma superpopulação
Um outro mundo foi a proxima Criação!

A Deusa Gaia cedera a Barriga para o Ato
Urano Se uniu com Oceanus para concluir a criação
Surgiu a Terra, do Elíseos: Imagem e Perfeição
O Verbo deu o toque final clássico
Surgiu a Homanidade, que era Deuses em Evolução
O Verbo, sem corpo ou sexo viu a divisão
O Sexo que os Deuses criaram, e viu que era Bom!

O Verbo foi a Grande Deusa e o Grande Deus
Senhores do Bem e da Libertação
A Parte Trevas foi a Morte dos homens
A Luz foi a reencarnação na Terra do Verão
O Grande Espírito do Verbo Pairava
O Homem podia escolher de que lado ficava
Sempre lembrando que tudo que escolhesse, pra ele voltava

E Hoje os Deuses estão vivos e modernos apenas em observação
Os Mais antigos Descansam no Elíseos a espera de algo Novo
Cansaram de ver Outono virar primavera, todo ano, o milenio todo
E Na Sala da Terceira Energia está o Grande Jogo
Onde Bem e Mal disputam o caloroso Xadrez do Poder
Posto sobre a Terra, brincam pra se entreter
Até o Momento que Gaia novamente morrer para renascer!

Raul Nuit Lino

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Entre a Cruz e a Espada

O suor escorrendo o rosto...o passo rápido que perde velocidade, por causa do cansaço e dos ferimentos...
A Armadura pesa-lhe nos ossos, o corpo embora forte, não se sustenta com facilidade, o escudo pesa-lhe o braço esquerdo, que balança apenas por causa do vento...o direito faz força para impulcionar o corpo para a frente cada vez mais...
O cabelo molhado, grudado na face misturando-se a barba, o suor escorre-lhe a testa e os olhos ardem...A espada no cinturão atrasa seu passo, mas é necessária
O Elmo ? Perdera, espatifado pelos campos frios...A Neblina reina sob a floresta, e o vento frio arde em suas feridas...
Fora ele o mais fiel dos cavaleiros, protetor de segredos sagrados, e fora condenado por crime mortal: Soube mais do que devia!
Viu seus irmãos morrerem nas chamas, e seu mestre orar enquanto sua carne era substituida por cinzas futuras...
A Cruz em seu peito ja não era mais o vermelho da vitalidade, e da energia...agora era o vermelho sangue dos crimes que cometera ao acreditar que teria o paraíso em troca de almas sacrificadas na Cidade Sagrada.
Que amor tivera ele ? Mal pode desfrutar de seu casamento...Sua jovem Noiva, noites o esperara para poderem ter o final "Feliz para Sempre", mas esse conto não é de fadas...e os finais também não são Felizes...
Quantas noites sonhou em poder tocar sua amada? Quantas noites pedindo aos céus um momento de paz? Quando o conseguira?! Quando fora condenado a Morte... E agora carregava em seus lábios o peso de um amor que não pode viver...
Cansado...os joelhos se dobram involuntariamente e ele cai sobre a grama molhada pelo orvalho... Que paz reinava naquele local! Porque não pudera ter o destino dos animais que lá viviam ?
Ali longe dos homens...em paz nasciam, viviam, acasalavam-se e morriam por final...
Que faria agora? Fugira por entre os esgotos da velha cidade, e agora estava bem longe...mas sobreviveria? Para que sobreviveria?
Não havia motivos...
Deitara no solo, sentia os odores noturnos: flores exalavam uma fragrância sem igual
Os grilos cricrilavam, a cachoeira mais a frente soltava um som agradável...
O sangue escorria por entre a malha de ferro de sua roupa...
Deitado, com os olhos fechados...pudera então ter alguns poucos momentos de paz...os ultimos momentos...Porém...Em Paz!

Raul Nuit Lino