Era das Luzes e do Fogo
Da repressão restaram as cinzas
Que ainda estão quentes apesar de as brasas
Há tempos terem sido falsamente extintas
Mas que ardem dentro de nossas lágrimas
E após trevas reinarem na luz do fogo intenso
Resplandece Estrela da Manhã nos intelectuais sem amor
Que na ciencia da discrição estendem a Arte do Conhecimento
Em Formulas de Profana Sabedoria, e retornam ao fogo da Dor
"Negue teu conhecimento, pois o mundo plano é
Redundante tal afirmação profana de que tal ciência é divina
Confesse seu envolvimento com a Luz Falsa do Portador Caído
A Sabedoria só provém da Essência, a Fé
Tuas afirmações, no livro Proibido de Sabedoria Dividida
Tua luz provém das Trevas , e tua sentença é a compaixão do fogo divino!"
(Raul Nuit Lino)
Floresta de Mármore Fúnebre
Frases de Sangue ecoam nos muros antigos
Da cidade iluminada por refletores, cabarés e bares
Poetas bêbados equilibram-se no balé dos famintos
E dançam ao som dos copos de veneno, e ecos pelos ares
Cidade Sem Alma, Prostituta que rende lucro
Rainha do País, campeã na criminalidade, brinde teu reinado
Hoje colhemos então o resultado por ter mordido o Fruto
E a serpente, hoje vive no Palácio, no grande País Amaldiçoado
Mundo, vazio, habitado por seres mais frios que tua rocha
Por que se deixou dominar por tal animal que a vida num cabaré aposta?
O buraco Negro que te sugará não esta em uma galáxia distante!
Humanos, porque animais irracionais foram se tornar?
Tua supremacia racional é posta a prova em uma simples mesa de bar
E o veneno líquido na garganta escorre trazendo o Armagedon no seguinte instante....
(Raul Nuit Lino)
Além do Insano Carrocel
O Vento Frio assovia por entre as memórias
A Tempestade se aproxima e já não assusta
Os pingos caem e escorrem, mas a alma não molha
E as lágrimas em maquiagem esculpidas borram na chuva...
O Carnaval acabou, já é a manhã das cinzas no sambodramo molhado
Mas uma figura aparece em meio aos carros alegóricos estacionados
Um palhaço, caído, sobre o ultimo carro, tocado pela chuva, deitado...
Será que o fim do festival não reparou? Ou por escolha estaria jogado?
O olho avisa o céu cinzento como sua ultima imagem terrena
A roupa colorida, igualmente a maquiagem: manchada, rasgada
Um ultimo suspiro, uma ultima indagação e o olho se fecha
E lá se encontra o corpo, mais uma alegoria do ultimo desfile, agora parada
Chuva leva as memórias de um carnaval que terminou não só com o céu cinzento...
Leva também a alma do pobre palhaço que agora se faz pra sempre em repouso supremo
E deixai que a ultima marchinha em seu ouvido tragam sua ultima recordação
E que em seu repouso, eterno carnavalesco, no além prossiga com sua canção!
"Quanto riso, ah, quanta alegria
Mais de mil palhaços no salão
O Arlequim está chorando pelo amor da Colombina
No meio da multidão..."
(Raul Nuit Lino)
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Um comentário:
Os poemas sao muito bons.
A humanidade está ficando cada vez mais despresivel.Confesso que ultimamente ando muuuuito muuuito mais muuuito mesmo desapontada com o ser humano...
Um comentário infeliz(rs):Não gosto de carnaval( não me refiro apenas ao moderno)e muito menos de PALHAÇO!
Gostei dos poemas
Bjus
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