quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Noites de Insônia

Tem dias que o tédio domina nossa vida, e tem noites que vem acompanhado da solidão.
Sem ninguém por perto, reflexos nas paredes parecem tomar vida.
A fumaça expirada parece bailar ao nosso redor como um grupo de musas cinzentas e tão frias quanto nossa alma.
A luz acesa, os livros sobre a mesa, a falsa vontade de fazer algo, máquinas de confusões e incertezas.
Esperando uma ligação, mensagem, grito que seja, que nunca virá...
Mas precisava de um, apenas pra lembrar que está alí e que está vivo, que há pessoas que o procuram por conta própria, mas nem ele lembra de si mesmo, porque alguém lembraria?
Fuma...bebe...escreve, numa admirável valsa com a noite, não se arrepende de seus atos, mas não se vê livre deles no entanto.
A música baixa não é do tipo animadora, mas é do tipo que ele precisa nesse momento.
Ele vê a tristeza das pessoas, e elas não vêem seu coração.
Temido, respeitado, mas não amado.
Enxuga o rosto com o lenço feito de retalhos do passado, não derruba lágrimas, mesmo sozinho, não merece tê-las no rosto, e elas também não merecem percorrer seus olhos tão profundos.
Seu corpo treme, mas não é só por causa do frio.
Seus olhos ardem por trás dos óculos, mas ele continua os forçando a ler em alta madrugada.
A tinta descansa, a carta é terminada, os olhos fecham, e o sono é profundo, e pela primeira vez ele tem paz...

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